Juventudes e questão socioambiental é tema de encontro no Centro Magis Inaciano da Juventude
"Foi um início importante para o
diálogo entre as juventudes, quebrando paradigmas e barreiras de uma sociedade
unilateral e excludente. Somos todos parentes!"
Benício, da Comunidade Indígena Pitaguary
No dia 8 de julho de 2017 o Centro
Magis Inaciano da Juventude (CIJ) realizou uma edição do “Diálogos”, atividade
que visa debater temas imprescindíveis para a juventude, a partir de uma
metodologia que possibilite a participação e a construção coletiva de saberes.
Nessa edição, o encontro se somou às
atividades do “mês socioambiental” e discutiu o olhar e a vivência das
juventudes a partir dos seus territórios. Participaram do encontro
representantes de diferentes grupos, coletivos e movimentos juvenis, como a
Juventude Indígena da Comunidade Pitaguary; a Juventude da Zona Costeira Coletivo Sabiaguaba Lixo Zero e Casa Costeira; a
Juventude Urbana, através do Coletivo Plante um Ipê; a Juventude Rural, através
do Projeto Juventudes no Campo e Transformações Territoriais; e o Núcleo Tramas, da Universidade Federal do
Ceará (UFC).
Os
(as) jovens da Zona Costeira partiharam sobre a importância da valorização e do Cocó e ressaltaram os problemas e injustiças socioambientais
advindos da atual proposta do Governo do Estado do Ceará de regulamentação do
Parque e remoção das comunidades.
Representantes
da juventude que vivem no meio rural falaram do preconceito que sofrem e partilharam
suas lutas, sobretudo contra a mineração. Um dos jovens ressaltou, ainda, a
“importância de projetos como o Tramas e o MAM (Movimento pela Soberania
Popular na Mineração), por socializrem e construírem conhecimento junto à
comunidade, e, assim, possibilitarem uma mudança de olhar e colaborar na
formação dos jovens, animando o engajamento deles e os tornando
multiplicadores”.
O
encontro contou ainda com um momento de oração, facilitado por jovens da
Comunidade Indígena Pitaguary, que também partilharam a história de sua
comunidade e a construção da sua identidade. Os jovens chamaram atenção ainda
para a reflexão acerca da nossa relação com a natureza e nos convidaram a
questinonar “o porquê de hoje sermos tão separados dela, se antes éramos a ela
integrados”.
Por
fim, representantes da juventude que vivem no meio urbano apresentaram o
documentário "Na Beira da lagoa",
que trata da mobilização de jovens para conseguir a limpeza de uma lagoa
e o envolvimento da comunidade nesse processo. Os (as) jovens partilharem ainda
a parceria e o apoio da Pastoral Operária e falaram do trabalho que desenvolvem
com o cultivo de mudas e a promoção de plantações de árvores em espaços
públicos da periferia.
Para
Aurineide, do Projeto Juventudes no Campo e Transformações Territoriais/ Núcleo
Trama UFC, o encontro "foi muito produtivo e o melhor foi conhecer um
pouquinho da realidade de cada um que compartilhou conosco”.
A
atividade, que foi encerrada com um momento de pintura corporal com Benício
Pitaguary, compôs a programação do Mês Socioambiental no CIJ, pensado para
debater as questões sociambientais, difundir e visibilisar as lutas e práticas
que permeiam essa questão e possbilitar uma formação continuada aos (às) jovens
acerca do assunto.
Segundo
Pool, do Coletivo Plante um Ipê, "o momento foi muito rico em vários
aspectos, o primeiro foi o de proporcionar a criação de vínculo, o segundo foi
a possibilidade de contruírmos uma agenda comum entre alguns territórios e o
terceiro foi a acolhida do espaço, onde nos sentimos acolhidos e apoiados...
foi muito gratificante sentir os laços de solidariedade. Sem dúvida, encontros
assim animam e fortalecem as nossas lutas."
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